O pericárdio é uma membrana que envolve o coração e possui a função de sustentação e proteção. Ele está aderido à membrana externa do órgão. Quando acometido por doenças específicas, essa membrana pode inflamar, recebendo o nome de pericardite.
Causas da pericardite
A pericardite pode ser classificada em pericardite primária e secundária, de acordo com o tempo de evolução.
Primária:
Infecção viral: surge entre 10 e 20 dias após uma infecção viral das vias aéreas superiores ou gastroenterocolite, causando fortes dores no peito.
Idiopática: quando não tem uma causa definida.
Secundária:
Infecção bacteriana: relacionada a endocardite e pneumonia.
Tuberculose;
Radiação: em pessoas submetidas à radioterapia no tórax;
Trauma: geralmente é uma condição grave que requer monitorização contínua;
Neoplasias: a partir de metástases;
Doenças autoimunes: essas, ao serem tratadas e controladas, já oferecem uma melhora;
Insuficiência renal, infarto agudo do miocárdio, utilização de alguns medicamentos específicos, dentre outras.
Sintomas
O principal sinal é a dor torácica em pontada, com piora considerável frente à inspiração profunda ou ao deitar-se. O paciente também costuma relatar melhoras ao inclinar-se para frente, sendo algo bem característico. Como trata-se de uma doença, geralmente secundária, é preciso fazer o diagnóstico diferencial, para encontrar a causa principal e tratá-la. Outros sintomas que podem surgir são: febre, cansaço, mal estar em geral e palpitação.
Vale ressaltar que a pericardite, quando não tratada de forma adequada, pode causar complicações, como derrame pericárdico. Essa situação acaba restringindo o funcionamento do coração, com consequente tamponamento cardíaco. Essa é uma situação grave que precisa ser tratada emergencialmente. Outra possível complicação é a pericardite crônica constritiva que leva a um tipo de insuficiência cardíaca e também necessita de um tratamento mais urgente.
Tratamento
O diagnóstico é obtido pelo histórico do paciente, exames físicos, laboratoriais e outros complementares. Quando a pericardite é primária, geralmente não existe a necessidade de internação e o tratamento é realizado com medicamentos (antiinflamatórios, colchicina e sintomáticos). Já na pericardite secundária o tratamento deve ser focado na doença que está causando a inflamação no pericárdio e, em casos mais graves, de tamponamento cardíaco, o tratamento é cirúrgico.